sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Autor brasileiro de 1.500 livros tem perfil apagado no Facebook e passa mal

“Me sinto como Sandra Bullock naquele filme ‘A Rede'”, descreve o escritor R. F. Lucchetti, citando o longa de 1995 no qual a personagem da atriz tem os dados de sua vida apagados ao se envolver em uma trama de espionagem. Isso porque, recentemente, o autor teve o seu perfil no Facebook excluído pelo site e ainda não conseguiu saber qual foi o motivo. “É como se tivessem apagado a minha existência.”



Mestre brasileiro de ficção pulp e autor de mais de 1.500 livros, 300 HQs e 25 roteiros de cinema, R. F. Lucchetti foi recentemente “redescoberto” ao entrar na rede social após quase duas décadas de ostracismo. O escritor, que trabalha principalmente com os gêneros horror e policial, reencontrou fãs e se tornou ativo no Facebook, conversando, postando capas antigas de suas obras, enigmas e contos, além de relançar livros com um selo próprio criado por uma editora. No último fim de semana, uma matéria sobre Lucchetti apareceu até mesmo na capa do jornal “The New York Times”, que definiu o escritor brasileiro como “fábrica humana de ficção pulp” e “herói cult”.

A lua de mel com a internet se abalou no dia 20, quando seu perfil na rede social, que já reunia quase 4.000 seguidores, foi retirado do ar misteriosamente. Ele então criou um novo perfil, que, na noite do dia 21, também foi apagado. Com 84 anos de idade, isso deixou o escritor tão abalado, que ele teve um mal súbito e precisou ser medicado. “Eu tenho uma certa idade e problemas cardíacos, o médico pediu para evitar emoções ou fazer exercícios. Isso me pegou de repente”, contou Lucchetti, que sentiu dores no peito.

Sem entender muito de internet, Lucchetti tinha o seu perfil na rede social administrado por seu filho, Marco Aurélio Lucchetti, que tentou entrar em contato com o Facebook, mas não obteve nenhuma resposta. “Até hoje tentamos pegar uma posição de por que isso aconteceu, eles [Facebook] simplesmente não respondem nenhuma pergunta por e-mail”, disse Marco Aurélio. “Só queremos uma satisfação sobre por que o perfil foi tirado do ar. Foram muitas postagens, e consideraram SPAM? Foi pelo nome dele começar com R. F.? Aconteceu alguma denúncia por serem textos e imagens de horror? Isso pode acontecer de novo? Não sabemos nada.” Procurado pelo UOL, que entrou em contato com sua assessoria de imprensa, o Facebook respondeu que faria uma pesquisa para entender o que aconteceu, mas não informou quanto tempo isso levaria e não deu nenhuma resposta até a publicação desta reportagem.

“Foi como tirar um brinquedo de uma criança. Eu tinha algo que eu nem acreditava. Eu sou agradecido pelas manifestações de carinho que estou recebendo [pelo Facebook], mas fico sem saber o que responder. Agora estou muito abatido e tristeR.F. Lucchetti, escritor”
Com um terceiro perfil criado, Lucchetti continua usando o Facebook à sua maneira “analógica”, digitando na máquina de escrever seus contos e comentários e entregando as folhas para Marco Aurélio “passar para o computador”, mas está com medo da possibilidade de ser “apagado da rede” novamente a qualquer momento.

“Chega uma idade em que os sonhos vão acabando, e eu estava me sentindo de novo com 20 anos devido a esse novo contato com as pessoas”, falou Lucchetti, cujo terceiro perfil já recuperou 500 amigos até esta sexta-feira (24). “Foi como tirar um brinquedo de uma criança. Eu tinha algo que eu nem acreditava. Eu sou agradecido pelas manifestações de carinho que estou recebendo [pelo Facebook], mas fico sem saber o que responder. Agora estou muito abatido e triste.”

De: Uol

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Entrevista com o autor, Anton Roos

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Esta semana Ricardo Haseo, entrevistou o escritor e jornalista, que reside atualmente em Luís Eduardo Magalhães, Anton Roos. Formado em Jornalismo pela FASB, em 2009 e pós-graduado em Jornalismo Digital, e lançando esse ano “A Gaveta do Alfaiate” Anton conta um pouco sobre ele, seus novos projetos e muito mais! Confira.


Ricardo HaseoPrimeiramente, quem é Anton Roos?


Anton Roos: Difícil responder uma pergunta como esta. Quem eu sou? Bom, jornalista, fã de Rush, mulheres de óculos, futebol americano, introspectivo, observador e que ama escrever. Okay, também posso ser chato, ranzinza e metódico, mas no final, meus dentes separados na frente são capazes de minimizar o aspecto durão.

Ricardo Haseo: Qual foi seu principal incentivo para ingressar no universo literário?


Anton Roos: Sempre sonhei escrever um livro. Eu não considero que tenha ingressado no universo literário. Quer ver meu livro impresso primeiro. Amo escrever e o que está nesse primeiro livro diz muito sobre o que eu sou e meu estilo na frente de um computador. Acho que depois que finalizar a etapa de lançamento desse livro, ai sim vou poder dizer que sou um escritor e até ter mais fôlego para novos projetos.

Ricardo Haseo: Como se sente em estar prestes a publicar o seu primeiro livro?


Anton Roos: Ansioso. Graças a Deus a expectativa por esse lançamento tem sido a melhor possível.

Ricardo Haseo: Fale um pouco sobre o processo criativo para dar vida a “Gaveta do Alfaiate”,conte sobre o livro.


Anton Roos: A “Gaveta do Alfaiate” não é um livro novo, é a compilação de várias crônicas que escrevi no período que fui colunista do jornal Classe A, algumas que escrevi pra Revista A, outros textos que só havia publicado em blogs e alguns textos inéditos. Na verdade volta e meia, alguém me questionava sobre essas crônicas e o porque de não publicar elas em um livro. O que fiz foi fazer uma peneira, revisar e reescrever alguns trechos. É um livro que pode ser lido aos poucos. Em cinco minutos você consegue ler uma crônica. Esse é o barato. Tenho certeza que algum dos textos que estarão no livro será importante para alguém. Se uma pessoa tiver seu dia mudado depois de ler uma crônica minha, sou um escritor realizado.

Ricardo Haseo: A internet veio a ser um excelente meio para divulgação de novos autores, como você tem se utilizado desse recurso?


Anton Roos: Eu confesso que ainda é um uso meio tímido. É aquela história quero ver o livro, sentir o livro, folhear o livro pra poder definitivamente me sentir um escritor. Criei um novo blog destinado exclusivamente a posts relacionados ao livro e a literatura, criei uma fan Page minha pra poder divulgar esse meu lado escritor. O resto acredito que virá como conseqüência, embora, admita que preciso focar mais nesse meio, já que atualmente a internet seja, talvez, a principal aliada dos escritores iniciantes.

Ricardo Haseo: Você tem novos projetos em mente?


Anton Roos: Estou escrevendo um romance. Minha vontade é estar com ele finalizado até o lançamento da gaveta. É uma experiência diferente, estou acostumado a textos de tiro curto, colocar mais profundidade num tema e personagens tem sido algo bem interessante.

Ricardo Haseo: O que você acha de essencial que um escritor deve ter?


Anton Roos: Tesão. Escritor sem tesão não é escritor. Claro, que o escritor precisa ter talento e contar com uma boa dose de sorte, mas sem tesão, sem gostar muito daquilo que está fazendo, dificilmente, alguém vai se interessar por baixar teu trabalho ou comprá-lo numa livraria.

Bernardo Carvalho e Rubem Fonseca vencem Prêmio Jabuti

Vencedores da 56ª edição da premiação de literatura foram anunciados.
Cerimônia será em 18 de novembro no Auditório Ibirapuera, em São Paulo.

Bernardo Carvalho e Rubem Fonseca (Foto: Divulgação/Companhia das Letras e AE/Guillermo Arias/AP)
O Prêmio Jabuti anunciou nesta quinta-feira (16) os vencedores da sua 56ª edição. O prêmio de literatura brasileira havia listado dez obras finalistas para cada uma das 27 categorias. A cerimônia de premiação está marcada para o dia 18 de novembro de 2014, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo.



"Reprodução", de Bernardo Carvalho, venceu na categoria Romance. "Amálgama", de Rubem Fonseca, foi o ganhador em Contos e Crônicas. Em Poesia, o vencedor foi "Bernini - Poemas 2008-2010", de Horácio Costa; e "Getúlio - Do Governo Provisório à Ditadura do Estado Novo (1930-1945)", de Lira Neto, venceu como melhor biografia. Veja no site do Prêmio Jabuti a lista completa dos ganhadores.

O resultado foi validado pelo Conselho Curador do prêmio e pela Auditoria Parker & Randall. O júri com especialistas de cada categoria será revelado na entrega do prêmio, quando serão anunciados os Livros do Ano de Ficção e Não Ficção. A escritora e professora Marisa Lajolo assumiu a curadoria e o Conselho Curador, desde 2012, tem Antonio Carlos de Moraes Sartini, Frederico Barbosa, Luis Carlos de Menezes e Márcia Lígia Guidin.

Veja os principais ganhadores do Prêmio Jabuti:

Romance
1º Lugar - Título: Reprodução – Autor: Bernardo Carvalho – Editora: Companhia Das Letras
2º Lugar - Título: A maçã envenenada – Autor: Michel Laub – Editora: Companhia Das Letras
3º Lugar - Título: OPISANIE ŚWIATA – Autor: VERONICA STIGGER – Editora: Cosac & Naify Edições

Contos e Crônicas
1º Lugar – Título: Amálgama – Autor: Rubem Fonseca – Editora: Nova Fronteira
2º Lugar - Título: Você verá – Autor: Luiz Vilela – Editora: Editora Record
3º Lugar - Título: Nu, de botas – Autor: Antonio Prata – Editora: Companhia Das Letras
3º Lugar - Título: Um solitário à espreita – Autor: Milton Hatoum – Editora: Companhia Das Letras

Biografia
1º Lugar – Título: Getúlio – Do governo provisório à ditadura do Estado Novo (1930-1945) – Autor: Lira Neto – Editora: Companhia Das Letras
2º Lugar - Título: Wilson Baptista: o samba foi sua glória! – Autor: Rodrigo Alzuguir – Editora: Casa da Palavra
3º Lugar - Título: O castelo de papel – Autor: Mary del Priore – Editora: Editora Rocco

Poesia
1º Lugar – Título: Bernini – poemas 2008-2010 – Autor: Horácio Costa – Editora: Horácio Costa


2º Lugar - Título: Jardim das delícias – Autor: Marcus Vinicius Quiroga – Editora: Marcus Vinicius Quiroga 


3º Lugar – Título: XIMERIX – Autor: ZUCA SARDAN – Editora: Cosac & Naify Edições

De: G1