Entrevista com John D. Pope
Devil Pope, como é conhecido nas redes
sociais, ou John D. Pope é o pseudônimo de um autor britânico-brasileiro
criador da série Evil Secrets pela qual foi acusado nos anos 80 de ter cometido
os crimes descritos nos seus contos bizarros.
Atualmente residindo no Brasil, é um
homem comum que prefere ter sua identidade preservada. Ele pode ser aquele seu
professor careta da faculdade em quem você confia, ou o médico pra quem você
revela seus segredos mais íntimos, até mesmo aquele seu tio distante que você
não vê a anos.
Ricardo Haseo: Primeiramente para começarmos
a entrevista, fale um pouco sobre você.
John D. Pope: Bom, meu nome não é John
D. Pope, era o meu apelido quando morava na Inglaterra, tinha algo a ver com
“D” por conta do meu nome, aí passei a assinar como Devil Pope em alguns
artigos; disseram-me que "Devil Pope não é nome comercial" então
coloquei a porra do John e virou John D. Pope. Sou casado, tenho três filhos e
um emprego formal que é o motivo pelo qual escrevo por um pseudônimo. Meu pai é
inglês, minha mãe é brasileira. Morei na Inglaterra, perto de Liverpool até os
27 anos. Aí aconteceu uma coisa. Eu não saí da Inglaterra, mas também... Não
fui pra nenhum outro lugar “Fica a incógnita aí”. Eu tenho um filho que nem sei
se ainda está vivo. Tenho outro que mora com a minha primeira esposa em
Londres, e um pirralho filho da puta que fica me enchendo o saco aqui no
Brasil. Sempre escrevi, mas de forma amadora. Meu filho me convenceu a fazer
esse negócio de Facebook para eu entrar em contato com umas editoras. E agora o
Tiago da Kannak está me ajudando a publicar algumas coisas, apesar dele ser um
cara e não uma editora.
Ricardo Haseo: O tema que você utiliza
em seus contos são considerados por muitos “escandalosos” e que transgredem a
ética, você já teve problemas pelos gêneros que você aborda em suas histórias?
John D. Pope: Pior que não. Tipo, uma
tiazinha não vai comprar um conto chamado "Violada Pelo Demônio",
entende? Eles são bem claros em suas propostas. Tem gente que crítica, mas é
uma galera que faz isso sem nem ler, então não merecem crédito. Em geral a
galera adora os contos, principalmente os jovens.
Ricardo Haseo: O que fez você
interessa-se a princípio por escrever contos e livros?
John D. Pope: Ócio, e excesso de
criatividade
Ricardo Haseo: Qual sua opinião sobre o
atual cenário literário brasileiro? Quais são os pontos fortes e fracos?
John D. Pope: Eu to cagando pro
mercado. As pessoas confundem a literatura com o ato de vender livros, são
coisas completamente diferentes! Um bom texto vai ser literatura, na lista do
New York Times ou dentro de uma gaveta. Se você se preocupar com o mercado você
não é um artista, e sim um comerciante! Ponto final.
Ricardo Haseo: Você tem algum projeto
literário já em mente para o futuro?
John D. Pope: Não. Mas isso não
significa que eu não vá escrever... se rolar, pá... Sempre assim, sem
ansiedades.
Ricardo Haseo: Qual seu principal
objetivo como autor?
John D. Pope: Escrever.
Ricardo Haseo: Que dica você daria para
os autores que estão iniciando agora?
John D. Pope: Senta o cu na cadeira e
escreve até a sua alma sangrar. Uma hora você vai ficar bom, ou não.
Ricardo Haseo: Quantos contos e livros
você já publicou?
John D. Pope: Até agora só contos.
Perdi a conta. Atualmente acho que tem uns três na Amazon. Mas nas revistas que
escrevia na década de 80... Sem chance de lembrar quantos.
Ricardo Haseo: Você tem vontade de
voltar a morar na Inglaterra?
John D. Pope: Eu não moro em nenhum
lugar, eu passo por eles. Sou cidadão do mundo. Esse negócio de raiz é pra quem
gosta de árvore.
Ricardo Haseo: Que recado gostaria de
deixar para quem acompanhou a entrevista até aqui?
John D. Pope: Faça sexo seguro.
Esse cara é um louco! Demais!
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